Encontro de Sant'Ana e São Joaquim - anônimo, Igreja de San Salvatore, Istia (Itália)
Ana e Joaquim, sem dúvida , pertenciam ao grupo daqueles Judeus piedosos que esperavam a consolação de Israel, e precisamente a eles foi dada a tarefa especial, na História da Salvação: Foram escolhidos por Deus, para gerar a Imaculada que, por sua vez, é chamada a gerar o Filho de Deus.
Os nomes e alguns aspectos da vida dos pais da Bem-Aventurada Virgem Maria, nos foram transmitidos através de um texto não canônico, o Proto-Evangelho de Tiago.
Diz-se que, Ana, cujo nome em Hebraico significa “Graça” , pertencia à família do Sacerdote Aarão e seu marido Joaquim pertencia à família real de David. Podemos dizer que Ana e Joaquim formavam um casal exemplar, piedosos e tementes ao Deus de Israel.
Cumpriam com todos os preceitos prescritos na lei e em tudo eram obedientes.
O que causava dor e sofrimento era motivo de súplicas incessantes do já idoso casal era a ausência de filhos. Joaquim, por várias vezes, foi censurado pelo sacerdote Ruben, por não ter descendente.
Um certo dia Joaquim retirou-se para o Deserto para rezar e fazer penitência e entre lágrimas e súplicas clamava ao Deus de seus pais em quem depositava toda sua confiança.
Enquanto Joaquim, em humilde oração e com o rosto no chão entoava cânticos e louvores, o Anjo do Senhor lhe apareceu, dizendo que Deus escutou as suas preces e que voltasse para casa pois sua esposa Ana logo engravidaria.
Tiepolo - A visão de Sant'Ana - Alte Gallerie, Dresden
A paciência e a resignação com que sofreram a ausência de filhos, foram a razão de serem premiados com uma linda menina, que haveria de ser a mãe do Messias, o Emanuel “Deus Conosco”.
Uma antiga tradição nos diz que o Santo Casal, Ana e Joaquim, moravam em Jerusalém, ao lado da piscina de Betesda, onde hoje se ergue a Basílica de Santa Ana, e foi ali que, também, segundo uma antiga tradição nasceu-lhes um linda filhinha que recebeu o nome de Miryam/Maria, cujo significado é Soberana.
A Pequena Princesa era acalentada em seu sono por seus orgulhosos pais, era a tão esperada; Dizem que os Anjos de Deus montavam guarda junto ao seu berço, e que entoavam as mais belas melodias para embalar seus sonhos.
Quando a pequena Maria completou três anos, seus pais decidiram levá-la ao Templo para o cumprimento da promessa; Joaquim e Ana, com os corações apertados, carregavam nos braços aquela que seria a nova Arca da Aliança.
Ana, plenamente convicta de sua decisão, disse ao Sacerdote Zacarias: “Recebei-a e conduz nos sacrais do Templo do Senhor, e guardai-a. Ela me foi dada em fruto e prometida; conduzi-la com alegria, a Ele com fé”.
A pequena Maria beija, com afeição e carinho as mãos de seus pais, e deles implora suas bênçãos... E lá permaneceu até a idade de 12 anos.
Pouco tempo depois Joaquim e Ana mudaram-se para Nazaré da Galiléia, e lá viveram por mais algum tempo juntos. Joaquim, já com idade bastante avançada, veio a falecer antes mesmo que Maria retornasse do Templo.
Dona Ana, ficando viúva, não tinha outra preocupação que não fosse sua filha , a Jovem e Bela Maria, agora de Nazaré. Tão logo Maria retornou do Templo, e em comum acordo com os Sacerdotes, Ana pensou no futuro de sua menina, pensou que ela precisaria de proteção e amparo, pois Ana também já estava com idade avançada.
Entre todos os pretendentes da jovem Maria, um jovem chamado José, cuja profissão era desempenhada com arte e beleza, era homem simples, honrado e estimado por todos, era conhecido com justo.
Ana, por certo, acompanhou todos os momentos decisivos da História da Salvação, desde a Anunciação do Anjo, que foi em sua casa, o casamento de Maria e Jose, preparou os alimentos e agasalhos para a viagem de sua filha e seu genro ate Belém.
Seu coração de mãe ficou apertado ao ver, Maria já no final da gravidez, partir sentada no burrinho e puxado por José.
Ana recebe noticias: Maria e José, são obrigados a fugir para o Egito!
Foram cinco anos de espera, Ana aguardava ansiosa pelo momento de ter em seus braços, seu neto, o Messias esperado.
Com a chegada da Sagrada Família, a casa de Ana em Nazaré enche-se de alegria, Ana afaga o pequeno menino, coloca em seu colo de Vó, conta historias de heróis e com ele troca segredos ,e prepara deliciosas guloseimas que somente as Avós, sabem fazer.
Imagens devocionais em papel - Europa, sec. XX
Sant'Ana Guia - Bahia, séc. XVIII, acervo MAB
Retábulo de Sant'Ana - séc. XVII, Matriz de Ovar - Portugal
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