anônimo - 1480
Museu Spretzu, Silésia
Santa Edwiges nasceu em 1174, na Silésia, na Europa Central região entre a Alemanha Oriental e a Polônia. Filha de Bertoldo de Andech, Marquês de Meran e Conde do Tirol e de Inês, filha do Conde de Rottech, família muito numerosa e dotada de grandes riquezas e poderes. Edwiges foi criada com carinho, conforto e uma boa base religiosa. Aos seis anos foi internada no Mosteiro de Kicing, onde recebeu uma rígida educação, aprendeu as Sagradas Escrituras e foi preparada para vida.
Ao completar doze anos, seu pai arranjou-lhe um noivo chamado Henrique, Duque da Silésia, mais tarde Duque da Polônia. Seu encantamento foi grande ao conhecer a noiva, dotada de grande beleza interior. Seu casamento aconteceu no ano de 1186, com a presença de nobres famílias, marcando a época com longas comemorações de grande estilo. Edwiges tornou-se a grande Duquesa da Silésia e da Polônia.
miniatura medieval
Victoria and Albert Museum, Londres
Em seu novo lar, ela assumiu seu papel de dona de casa, e em pouco tempo conquistou todos os que estavam sobre suas ordens através da forma carinhosa de tratá-los. Transformou seu lar num grande templo de Deus, onde era respeitada e amada por todos. Aos treze anos foi mãe pela primeira vez, trazendo felicidade e luz; com o passar do tempo sua família cresceu ainda mais, gerando seis filhos. Alguns anos passaram, e por razões de rivalidades, ocorreram grandes conflitos no seio de sua família. Infelizmente por causa destas contendas a Duquesa Edwiges derramou muitas lágrimas. Apesar de todo sofrimento encontrou na sua fé em Deus as forças para consolar parentes seus mais próximos. Com o passar do tempo Edwiges desapegou-se das coisas materiais e foi morar com seus amigos nas dependências do Mosteiro.
Seu marido tinha construído o Mosteiro de Trebnitz, e após sua morte, Edwiges continuou sua obra com dedicação. Ela dedicou inteiramente sua vida aos pobres, doentes e aos trabalhos monásticos. Foi a personificação da humildade, amor, solidariedade, caridade e fé! Era fiel a todas as regras monásticas, mas não fez os votos religiosos! Pois queria beneficiar, pessoalmente e melhor, seus irmãos com suas riquezas.
anônimo alemão do séc. XIV
Ela possuía virtudes de grande nobreza celestial, e as punha em prática sempre nos momentos conturbados em que conservava sua serenidade e paciência. Sua vida foi bastante austera, com penitências e jejuns. Dedicou-se à oração e seguia os exemplos dos Santos de sua Igreja. Quando Edwiges se recolhia para orar entrava em estado de graça que a fazia levitar, e certa vez foi flagrada por um Ministro de nome Boguslau que ficou deslumbrado com o quadro angelical que vira.
Sua missão na terra, com seus irmãos carentes de pão material e espiritual, consumiu inteiramente sua vida; ela renunciou a tudo para seguir os ensinamentos de Deus. Certo dia Edwiges recebeu a nobre visita de uma senhora chamada Myleísa, e passaram muito tempo a conversar. Quando chegou a hora da despedida Edwiges queria beijá-la pela última vez, pois já previa sua ida para a eternidade.
Quando se aproximava o momento de sua passagem, avisou a todos do seu convívio, chamou seu confessor Frei Mateus para ministrar-lhe o Sacramento da Unção dos Enfermos.
Escola cusquenha - séc. XX
coleção particular
Foram dias de preparação para o dia de sua partida, com muitas orações. Edwiges recebeu visitas de muitos Santos, foram momentos de graça e luz para todos, e finalmente no dia 15 de Outubro de 1243 ela caminhou rumo ao Pai Celestial. Após sua morte milhares de pessoas conseguiram muitas graças por sua intercessão, e foram feitos longos estudos de sua vida e finalmente foi canonizada em 15 de Outubro de 1267. Podendo ser chamada de Santa Edwiges “Protetora dos Endividados”.
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