quinta-feira, 11 de agosto de 2011

11 de agosto - Santa Clara de Assis (virgem)

Vida de Santa Clara - obra de Ugolino Verino, 1496

 Santa Clara nasceu em 1193 ou em 1194, na cidade de Assis, filha primogênita antes de outras duas irmãs. Sua família, por parte de pai, era uma família de cavaleiros; por parte de mãe, Clara tinha também o sangue da nobreza. Seu pai se chamava Favarone de Offreduccio, e sua mãe, Hortolana. Além da nobreza de origem, a família era rica, possuidora de não poucos bens.
Simone Martini, séc. XIV - Basilica de São Francisco, Assis

Como convinha a uma jovem da nobreza, Clara foi educada para ser uma mulher da sociedade, mas sua mãe, mulher de profunda piedade cristã, não se descuidou de transmitir-lhe também os ensinamentos da religião. Assim, desde criança, Clara acompanhava os gestos caridosos de sua mãe para com os pobres de Assis. E ela mesma, desde tenra idade, já se privava de iguarias para, às escondidas, dá-las aos pobres.

Na idade de 17 para 18 anos, momento em que seus pais já estavam preocupados em arranjar-lhe um bom casamento, Clara, sob pretexto de pensar melhor sobre sua vida, postergava sempre a idéia de contrair matrimônio, recusando com delicadeza os pretendentes que os pais lhe apresentavam.
Giotto - Capela Bardi, Florença

Foi neste tempo que ouviu falar de Francisco, um jovem que deixou família e riquezas para, com um grupo de companheiros - todos considerados loucos pela sociedade - simplesmente viver segundo o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo. Esta ideia a empolgou. Estava decidida: iria viver como aqueles jovens. Depois de algumas conversas com Francisco, foi feito por ambos um plano de fuga.
Deste modo, na noite do domingo de Ramos de 1211 (ou 1212), Clara abandonava a casa e era conduzida à capela de Francisco e de seus companheiros para, aí, depor suas ricas vestes e vestir o hábito da penitência. Após esta breve cerimônia, Clara foi conduzida a um mosteiro de monjas beneditinas.
Salimbeni Ventura - vestição de Santa Clara
Basílica de Santa Maria degli Angeli, Assis

Quando a fuga foi descoberta, os parentes foram ao encalço dela. Tentaram de todos os modos possíveis convencê-la a voltar para casa. Mas ela, agarrando-se à toalha do altar, tirou o véu que lhe cobria a cabeça tonsurada, sinal de sua consagração a Deus. Os parentes viram que nada mais tinham que fazer.
Duas semanas depois, nova fuga da casa de Favarone. Era a segunda filha, Inês, que fugia e ia viver com Clara. Nova tentativa dos parentes de conduzir de volta a segunda filha. Tudo em vão. Assim, a nova comunidade fundada por Clara começava a crescer. Vieram em seguida suas antigas companheiras: Pacífica, Benvinda de Perugia, Cecília de Gualtieri, Filipa de Gislério, Cristiana de Bernardo e outras. Mais tarde veio também a outra irmã, Beatriz, e finalmente sua mãe Hortolana.
Mestre de Santa Clara, 1280
Altar da Basílica de Santa Clara, Assis

Depois de mais de quarenta anos de vida no mosteiro, uma vida escondida que, no entanto, irradiava por todas as regiões da Itália, Clara faleceu aos 11 de agosto de 1253, sendo canonizada apenas dois anos depois de seu falecimento.
Corpo da santa na Basílica de Santa Clara, Assis


Da Leggenda di Santa Chiara Vergine existem algumas versões manuscritas, sendo o mais importante deles o de Tommaso da Celano, biógrafo de São Francisco.
Na Leggenda é possível enumerar os atributos iconográficos para o reconhecimento da santa que, como franciscana, é representada geralmente jovem, vestida com o hábito negro ou marrom da Ordem, com um cordão com três ou cinco nós, que representam, respectivamente, os votos de pobreza, castidade e obediência, e as cinco chagas da Paixão.
Geralmente está descalça ou usa sandálias; o manto pode ser da mesma cor do hábito, e o véu pode ser negro, representando seu matrimônio com Cristo, ou branco, representando sua virgindade.
O ostensório é seu símbolo iconográfico mais difundido, e liga-se ao milagre por ela realizado ao colocar em fuga as tropas imperiais de Frederico II quando, em 1243, atacaram as portas de Assis e tentaram di assediar São Damiano. Embora doente há tempo, e acamada, fez-se levar por duas irmãs até a porta do mosteiro carregando o ostensório nas mãos. Ao tocá-lo com as mãos e orar pedindo a salvação de suas irmãs, ouviu-se uma voz de menino proveniente do tabernáculo que dizia: “Eu sempre te defenderei”. Clara levantou o ostensório aos céus e uma luz muito intensa irradiou do objeto sagrado, amedrontando as milícias sarracenas e fazendo-as bater em retirada.
Giotto - Santa Clara chora a morte de Francisco
Assis, Basílica Superior

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