Giovanni Paolo Pannini - Santa Maria Maggiore
1744 - acervo Palazzo del Quirinale
A Virgem Maria é objeto de hiperdulia (do grego υπερδουλεια), termo teológico utilizado pelas Igrejas Católica e Ortodoxa que significa a honra e o culto de veneração especial devotados a Nossa Senhora. Tal culto à Nossa Senhora é feito através da liturgia, que é o culto oficial e obrigatório da Igreja Católica, e também, em maior intensidade, através da piedade popular, que é o culto católico privado. No campo da piedade popular, destacam-se as devoções feitas à Virgem Maria, como por exemplo o Santo Rosário, o Angelus, o Imaculado Coração de Maria, a peregrinação aos lugares onde Maria apareceu, as procissões, etc. A hiperdulia, que está inserido na dulia, diferencia-se muito da latria, que é o culto de adoração prestado e dirigido unicamente a Deus.
E para cada uma de suas muitas denominações, a Virgem foi representada nas artes plásticas e na arquitetura em todo o mundo cristioanizado.
O título de Nossa Senhora das Neves, afunda suas raízes nos primeiros séculos da Igreja romana, e está ligado ao surgimento da Basílica de Santa Maria Maggiore em Roma.
O título de Nossa Senhora das Neves, afunda suas raízes nos primeiros séculos da Igreja romana, e está ligado ao surgimento da Basílica de Santa Maria Maggiore em Roma.
Sassetta - Il miracolo della neve
1430 - Palazzo Pitti, Florença
No século IV, sob o pontificado de Papa Libério (352-366), um nobre e rico patrício romano de nome Giovanni ao lado se sua também rica e nobre esposa, não tendo filhos, decidiu de ofertar seus bens à Virgem, para a construção de uma Igreja em sua honra. A Virgem, então, lhes apareceu em sonho, na noite entre o dia 4 e 5 de agosto, época de muito calor em Roma, indicando com um milagre o local onde deveria ser construída a Igreja.
Mathias Grünewald - O milagre da neve
1517 - Augustinermuseum de Freiburg, Alemanha
Na manhã seguinte, o casal se dirigiu ao Papa pra contar-lhe o sonho, e para a surpresa do casal, o Papa havia sonhado a mesma coisa, seguiram juntos, portanto, ao monte Esquilino, o local indicado em sonho, e o encontraram coberto de neve, no auge do verão romano. O pontífice traçou com seu báculo o perímetro da nova igreja, seguindo a superfície do terreno coberto pela neve, mandando construir o templo sob o patrocínio do nobre casal. A igreja foi chamada, de ‘Liberiana’, tomando o nome do papa, mas o povo chamou-a de “ad Nives”, da Neve.
Masolino da Panicale - Madonna della Neve
1492 - Galleria Nazionale di Capodimonte - Nápoles
detalhe da precipitação da neve
A antiga igreja foi abatida no pontificado de Sisto III (432-440) o qual, em memória do Concílio de Éfeso (431) quando foi solenemente decretada a Maternidade Divina de Maria, quis edificar em Roma a maior basílica em honra à Virgem. Na época, nenhuma igreja ou basílica superava a suntuosidade do novo templo; anos mais tarde fora-lhe dado o título de Basílica de Santa Maria Maggiore, para indicar a sua grandeza sobre todas as outras igrejas dedicadas à Maria.
Jacopo Zucchi - 1580
\museu do Vaticano
Giovanni Battista Piranesi - 1747
gravura em metal
gravura em metal
Desde 1568 a denominação oficial da festa litúrgica de Nossa Senhora das Neves, foi modificada para “Dedicação de Santa Maria Maggiore” com celebração em 5 de agosto; o milagre da neve em agosto não mais foi citado enquanto legendário e não comprovado. Mas o culto de Nossa Senhora da Neve permaneceu e, entre os séculos XV e XVIII houve a máxima difusão de igrejas dedicadas ao seu culto.
Em Roma no dia 5 de agosto, na patriarcal Basílica de Santa Maria Maggiore, o milagre era recordado através de uma chuva de pétalas de rosa branca que caía do interior da cúpula durante a celebração litúrgica.
Madonna della Neve
Guido Reni - 1623
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