De todo o referente a São Januário (ou Genaro, Gennaro), há inúmeras pesquisas e tratados, além de milhares de resumos. É de incontestável valor histórico a abundância de referências antigas, que alcançam os contemporâneos do martírio e da colheita do sangue. Assim o "Calendário Cartaginês" e o "Calendário de São Jerônimo" já consideravam o dia 19 de setembro de 305 como a data do martírio do bispo São Genaro e dos seus sete companheiros, segundo antigos documentos e tradição constante. O mesmo dizem os "Atti Vaticani", cuja redação data dos séculos VIII e IX. A "Paixão de São Genaro", composta por ordem do bispo Stefano, no ano 900, faz também referências a antigos documentos e ininterrupta tradição.
Mas não só o martírio, senão a vida toda de São Genaro com abundantes detalhes, os milagres por ele alcançados em vida e o culto recebido imediatamente ao martírio, e também os correspondentes milagres - ou assinatura divina -, foram recolhidos dos documentos e tradição pelo monge Emanuele no seu "Vita Graeca" publicado em Nápoles no ano 713.
São Genaro, Bispo de Benevento, foi atirado pelos perseguidores dos cristãos em uma fornalha acesa. Milagrosamente saiu ileso. Por isso, desde então, é invocado nas erupções do Vesúvio e nos incêndios.
Jusepe de Ribera - 1646
Gennaro sai ileso das fornalhas
Pouco depois, acompanhado do diácono Festo e do leitor Desidério fugiu para Pozzuoli, a antiga Puteoli, a 14 Km de Nápoles. Com muita alegria, mas com muita cautela por medo dos perseguidores enviados a todas as partes pelo Imperador Diocleciano, o bispo São Genaro foi recebido pelos diáconos locais.
Filippo Vitale - séc. XVII
Christie's
Sosso, um dos colaboradores do santo bispo, foi reconhecido e aprisionado. São Genaro, Festo e Desidério foram visitá-lo e por isso foram acusados de ser também cristãos. Levados perante o juiz e negando-se a oferecer sacrifícios aos ídolos, foram condenados a ser decapitados, dado que não era então possível serem lançados aos ursos no anfiteatro, como primeiramente se havia sentenciado.
Coppola -séc. XVIII
coleção particular - Londres
Quando estavam sendo conduzidos ao martírio, o diácono Prócolo e os leigos Eutíquio e Acurso proclamaram publicamente sua fé. Imediatamente os três também foram presos e colocados juntos aos outros quatro condenados. Assim os sete mártires alcançaram juntos e felizes a honra do martírio pela decapitação.
Girolamo Pesce - 1767
martírio do santo
Os cristãos de Pozzuoli conseguiram recolher e guardar nas suas catacumbas os despojos de São Genaro. Uma devota mulher, chamada Eusébia, no lugar onde caíra a cabeça do santo bispo mártir, recolheu um pouco de sangue e o guardou na sua própria casa. Ecom o sangue também dois fragmentos de palha.
Anos mais tarde, provavelmente no ano 315, os ossos de São Genaro foram trasladado das catacumbas de Pozzuoli de volta para a vizinha Nápoles, às correspondentes catacumbas. Quando os portadores passavam pela Via Antimana, a piedosa Eusébia aproximou-se do bispo de Nápoles e entregou-lhe asduas ampolas com sangue que ela havia recolhido. Se não aconteceu antes na casa de Eusébia, esta foi a primeira vez que o sangue de São Genaro se liquefez.
O "milagre" de São gennaro
Hoje o sangue de São Genaro está conservado em duas ampolas de vidro hermeticamente fechadas. A menor das ampolas tem a capacidade 25 cm cúbicos, mas só contém manchas de sangue espalhadas pela superfície interna do vidro. A ampola maior tem a capacidade de 60 cm cúbicos, mas só a metade, ou um pouco mais, está ocupada pelo sangue de São Genaro.
Giacinto Gigante - séc. XIX
O milagre de São gennaro
Nos últimos cinco séculos as ampolas são conservadas numa arca de fechadura dupla. Uma das chaves está em poder do arcebispo de Nápoles e a outra fica sob a custódia do presidente da "Deputazione del Tesoro", entidade composta por doze pessoas escolhidas cada ano entre as mais dignas e célebres da cidade, com o encargo de velar por todo o tesouro e as relíquias guardadas na catedral, ou "Duomo". O presidente da entidade é o próprio presidente da câmara de Nápoles.
busto de São Gennaro - Nápoles
A arca fica guardada num cofre detrás do altar-mor da "Capela do Tesouro", ao lado da rotunda, na catedral de Nápoles. Nessa grande rotunda encontra-se o altar de São Genaro, havendo sido a catedral construída, no final do século XIII, em honra de São Genaro por ordem de Carlos II, rei de Nápoles.
Urna de São Gennaro
basílica do santo - Nápoles
Ringrazziamme la SS. Ternità che nce ha date S. Gennare
pe padre e prutettore a sta città.
Putenzia de S. Gennare, pruteggetecce.
Sangue de S. Gennare, difendetece.
Clemenza de S. Gennare, cunzulatece.
Tu sempre nce hai cunzulate, e sempe nce hai cunzulà.
Sempre nce hai difese, e sempe nce hai defennere.
Sempe nce hai aiutate. E sempe nce hai aiutà.
E in vita e in morte nun nce haie abbandunà.
S. Gennà, nuie te ringraziamme é quante grazie e beneficie nce haie fatte
E quante nce n’haie da fa, Santu belle.
Viva lu Prutettore,
E viva S. Gennare,
Che da Napule è lu Patrone,
E viva viva ‘o gran Santone.
Viva viva Giesù e Maria
E viva viva S. Gennare.
San Gennare è gluriuse,
San Gennare è miraculuse.
Da tanne anzi a chest’ora
Chillo Sangue bolle e vive,
E viva lu grande Iddio,
Che a nuje lo destinò.
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